A Gratidão e o Prazer equilibrado no consumo

Neste artigo quero apresentar um grande pensador Franco-Argelino contemporâneo que  se chama Pierre Rabhi. Nasceu em 1938 na Argélia e até hoje vem compartilhando com o mundo valores humanistas e uma prática da “ecologia integral”.

A mensagem do Sr. Rabhi tanto humanista como ambientalista ecoa com o que apontei no meu primeiro artigo “O que é sustentabilidade”. Assim que é uma grande oportunidade de rever com o ponto de vista deste grande pensador este aspecto fundamental para que possamos como Humanidade resolver a questão da Sustentabilidade:

Devemos analisar dentro de nós os impulsos para o consumo.

Consumimos para compensar um vazio existencial e trazer um pouco de alegria no nosso cotidiano? Consumimos para mostrar nossa riqueza e importância as pessoas que nos rodeiam? Consumimos porque sentimos falta deste produto?

É importante deixar o silêncio invadir nosso ser e entender qual é a causa mais profunda deste desejo de consumir.

A resposta sempre está dentro. Pode vir de uma falta de confiança em si mesmo conduzindo a uma necessidade de reconhecimento da sociedade. Podemos ser levados ao sentimento da frustração que vem da ilusão que algo esta faltando no momento. Em todos os casos vem simplesmente de uma necessidade profunda de amor, de ser amado. Nós humanos queremos encontrar no consumo um paliativo ao amor. Se comprar algo é se amar. O homem compra belas joias as mulheres para mostrar o quanto ama elas.

Não tem nada de errado nisso! Mas estamos esquecendo da nossa primeira obrigação:

Antes de poder adquirir algo externo, sejamos seguro que nosso interno já está repleto.

Caso não for, vamos continuar vendo este consumo frenético que não tem fim e nem sacia a sede de amor.

O interno está repleto quando nós amamos nós mesmo, sem nenhuma condição. 

Este é o caminho do autoconhecimento que você descobrirá em vários artigos deste site!

Nossa relação com o consumo então muda de uma relação de necessidade doentio a uma relação equilibrada de prazer. A linha de separação entre um lado e o outro é muito sutil e tem a ver com o nosso ressentimento interior na hora de consumir. Pierre Rabhi chama isso de “sobriété heureuse”, o consumo equilibrado, prazeroso, sem excesso porque o nosso interno já está repleto de amor próprio.

Muitas pessoas conversão comigo e me falam: “lá na Europa você aproveitaram muito desde a revolução industrial no século 19, você vem consumindo e tendo um conforto de alto padrão. Agora que chega a crises mundial do meio ambiente, vocês criticam os países em desenvolvimento como o Brasil porque não cumpre com as normas quando vocês já destruíram toda a Natureza lá! Deixam a gente consumir em paz!”☺

Entendo esta reação e acredito que cada povo tem que ter a soberania para decidir por si só. Por isso estou agora chamando a consciência do povo Brasileiro, conversando diretamente com vocês desta forma mais democrática possível.

A Terra não precisa da gente. Já tive varias espécies na Terra desde a formação dela e ela tem uma força imensa para se renovar!

Acredito sim que nós precisamos da Terra!

Para tudo na nossa vida precisamos da Terra, comer, beber, vestir, a cama na qual você dorme, os materiais da sua casa…, tudo a Terra que nós dá. Será que pensamos em agradecer todos os dias por estas doações contínuas? O primeiro passo é ser consciente disso e ter Humildade nós como humanos. Nós somos muito pequenos em frente á força extraordinária da Terra. Ela nós chama para o respeito, da mesma forma que devemos respeitar nossos pais por ter nós dado vida. Sem a Terra, moremos, isto está certo!

França, Brasil, nossas historias são diferentes mas nós todos somos humanos, todos temos a mesma capacidade e somos iguais. Recebemos uma educação de melhor ou pior qualidade? Veja na serie de artigos sobre Educação o que eu chamo de Educação para a vida e verdadeira inteligência.

O verdadeiro despertar para a sustentabilidade acontecerá de dentro para fora.

É olhando internamente as questões emocionais que nós levam ao consumo exagerado que vamos poder modificar nossas atitudes. Chegaremos assim a “Sobriété Heureuse”, um consumo que nos preenche de forma equilibrada e harmoniosa com a Natureza.

“L’écologie c’est d’abord une conscience” – “A ecologia é primeiramente uma

consciência” Pierre Rabhi

Para praticar a verdadeira ecologia ou a integração harmoniosa do homem na Natureza, devemos analisar de forma consciente nossa interação com tudo que nos rodeia, que comemos, que consumimos, que criamos. Esta interação é a base da nossa relação com nossa grande “mãe” Terra.

  

E você? Quais são suas sensações na hora de consumir? Deixe seu comentário e participe deste reflexão sobre o consumo.

O tema da sustentabilidade te interessa, continue esta serie com nosso próximo artigo:

Tudo mundo é ator

Comments

  1. RAIMUNDA ALVES MARTINS says:

    li o artigo e é com grande satisfação que escrevo, porque ao deixar o silêncio tomar conta do meu eu, estou consciente de realmente devemos rever nossos conceitos na hora de consumir, para aprendermos que podemos viver perfeitamente bem podemos consumir apenas o que realmente é necessário para o bem estar do nosso corpo, e sempre com a consciência de que se não cuidarmos do nosso planeta terre ira chegar um momento que não teremos mais de onde tirar nosso sustento.

    • Instituto Kaluana says:

      Ficou muito feliz Raimunda de poder compartilhar isso com você e com todos nossos leitores. É a partir desta raiz, fazendo o silêncio dentro de cada um de nós, que podemos agir de forma mais responsável e colaborar para a construção de uma sociedade vivendo em harmonia com a Natureza.

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